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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Apocalipse, a presença de Deus e o "grande sábado" da humanidade


Estimados irmãos,


continuamos aprimorando nossos conhecimentos em torno do Apocalipse de João.

Desta vez, selecionamos duas importantes passagens da grande revelação, nomeadamente Ap 1:7 e Ap 1:10, que seguem com comentários sob elaboração para a terceira edição da obra “Apocalipse segundo o Espiritismo: uma proposta de estudo”.

Esperamos que as linhas seguintes possam despertar a atenção para a riqueza da mensagem de presciência acerca do “final dos tempos”.

Um grande abraço a todos.

Belo Horizonte, 22 de agosto de 2019.

Marco Paulo Denucci Di Spirito
Portal Saber Espiritismo - Grupo Saber Amar


Apocalipse, a presença de Deus e o "grande sábado" da humanidade


7 Eis que ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, até mesmo os que o transpassaram, e todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim! Amém!

A expressão “com as nuvens” remete a passagens bíblicas com sentidos diversos. Seguem alguns exemplos.

No sentido de elevação espiritual:

“Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is 14:14)

“Queríamos curar babilônia, porém ela não sarou; deixai-a, e vamo-nos cada um para a sua terra; porque o seu juízo chegou até ao céu, e se elevou até às mais altas nuvens.” (Jr 51:9)

No sentido de espíritos em dimensão imaterial:

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.” (Dn 7:13)

“E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.” (Lc 21:27)

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” (Mt 24:30)

“Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26:64)

“E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.” (Mc 13:26)

“E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mc 14:62)

“E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão uma foice aguda.” (Ap 14:14)

Como indicativo do fenômeno mediúnico de ectoplasmia/materialização:

“E disse o Senhor a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.” (Êx 19:9)

“E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o Senhor falava com Moisés.” (Êx 33:9)

“E o Senhor desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do Senhor.” (Êx 34:5)

“E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi.” (Mc 9:7)

“E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram.” (Lc 9:34)

“E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo;” (Ap 10:1)

Entendemos que no contexto do Apocalipse a passagem faz uma vinculação com Ap 14:14, de modo a indicar presenças espirituais elevadas que se fariam perceptíveis a partir do antevisto período chamado de dia do Senhor. Em verdade, o trecho está diretamente relacionado ao conjunto de símbolos contidos na revelação do final dos tempos que indicam o Espiritismo e sua missão sobre a Terra, o que será abordado oportunamente. Veja-se, antecipadamente, que o espelhamento quiástico faz combinar Ap 1:10 com Ap 22:3,4. Obtém-se pela conjugação o símbolo de Jesus, o Cordeiro, no trono (Ap 22:3) sobre nuvens (Ap 1:7), o que significa uma nova aliança, um novo momento entre os homens e Deus (Gn 9:14-16, Jub 6.16, Dn 7:13, Ec 43:11, 50:5-7, Ez 1:27,28, Mt 24:30, 26:64, Mc 13:26, 14:62, Lc 21:27, Ap 4:3, 6:2, 10:1). É, conforme visto, uma ilustração diretamente relacionada à vinda do Espiritismo. O símbolo foi fragmentado entre as partes do quiasmo para que o intérprete, ao combinar os trechos, identificasse a mensagem profunda.

Ap 1:7 diz que “todos os olhos o verão”, enquanto que Ap 22: 4 declara que os servos verão a face de Deus e de Jesus.  A face de Deus que todos os olhos podem ver remete para o sentido de Shekhinah, que em síntese é a presença divina entre os homens.[1] Esse termo da cultura judaica é derivado do verbo shakhan (habitar), a indicar a “morada” de Deus no mundo. Do ângulo espiritual diz respeito à proximidade íntima entre os encarnados e o Criador. Trata-se de uma presença que se estabelece na medida da ressonância humana.[2] Até que ponto Deus pode estar verdadeiramente presente na criação depende em grande parte de como as criaturas respondem aos chamados maiores.[3] Emmanuel, sempre habilidoso na síntese, esclarece que “duas asas conduzirão o espírito humano à presença de Deus. Uma chama-se Amor, a outra, Sabedoria.”[4] E, empregando vários símbolos presentes no Apocalipse, como a túnica alva e o santuário, o notável mestre espírita apresenta um apontamento relevante para o ponto ora avaliado:

“Busquemos auxiliar a todos, totalizando em nossa fraternidade, os velhos e os jovens, os bons e os menos bons, os felizes e os infelizes, os sábios e os ignorantes, os ricos de Luz e os pobres de entendimento, e, nessa faina bendita de louvar o bem, lavaremos o tecido sutil de nossas almas para que o nosso coração se faça puro, nele erguendo o santuário em que contemplaremos, um dia, em Espírito e Verdade, a Divina Presença de Deus.”[5]

Segundo Champlin, a noção de Shekhinah indica a concepção dos hebreus acerca das formas de manifestação de Deus no mundo.[6] Note-se que o significado também apresenta a dimensão de mediunidade, uma vez que diretamente vinculado ao sentido originário de “Espírito Santo”, segundo os ensinamentos dos rabinos, e nesse particular conotava a voz de Deus nas escrituras. Percebe-se, aqui, uma concepção mais próxima à realidade do intercâmbio espiritual, o que levanta questionamentos sobre a doutrina tradicional do Deus trino[7], ponto já satisfatoriamente revisto pelo Espiritismo. O símbolo da nuvem, tão caro ao Apocalipse, era compreendido como relacionado à presença divina.[8] Por esse ângulo, a combinação entre Ap 1:7 e Ap 22:4 indica a ostensividade dos fenômenos espíritas, bem como o descortinar da mensagem de Jesus, em termos claros, num novo período de iluminação para a humanidade, sem intermediários do sacerdócio[9]. São os mesmos elementos chamativos previstos no Sermão Profético, especificamente a vinda do Filho do Homem, que é a simbólica segunda vinda de Jesus e que surgiria como um raio (Mt 24:27), assim como a vinda do Filho do Homem “sobre as nuvens do céu com poder e grande glória”, acompanhada do envio dos anjos, os eleitos reunidos, ao som de trombeta, de uma extremidade a outra (Mt 24:30,31). Dentre outros significados importantes, que serão avaliados no momento próprio, Wallace S. Oliveira anota que para explicar como se daria o seu retorno, Jesus emprega a ilustração do relâmpago, aquele mesmo que produziria o estrondo mencionado em 2Pe 3:10, marcando a vinda do dia do Senhor, e que indica “uma grande luz ou clarão”[10], iluminando a partir céu. O mesmo autor elucida que “as trombetas anunciariam o restabelecimento de todas as coisas”.[11] Esse conjunto aponta para os patentes fenômenos espirituais cuja investigação refletida deu origem aos fundamentos do Espiritismo.

Certa tradição cabalística propôs uma percepção dualista do universo em que o bem e o mal, ou a santidade e a contaminação, eram poderes cósmicos relacionados à redenção e ao exílio. Assim, “a Shekhinah era a personificação da santidade e do anseio pela redenção, enquanto o Keliphah representava a impureza, o mal e o exílio.”[12] Shekhinah também designa um momento especial a ser atingido pela humanidade, a concretizar a “glória de Deus”[13], quando todas as necessidades humanas seriam supridas.[14] Isso se daria quando as pessoas definitivamente se reunissem em torno da lei, engajadas com seu estudo e prática.[15] Mas esse destino do mundo dependeria, conforme dito, das respostas humanas aos chamados de Deus[16], ou seja, só se faria realidade segundo o passo evolutivo do planeta. Pela vinculação quiástica de Ap 1:7 com o final da grande revelação (Ap 22: 4), no ponto que se refere ao advento da Nova Jerusalém, percebe-se a previsão da fase de mundo feliz, que se instalaria no planeta, qual assentamento da presença de Deus entre nós, o que corresponde a um verdadeiro Shekhinah planetário. Como bem compreendeu Michael Lodahl, o livro do Apocalipse está repleto de imagens que indicam ao leitor um retorno ao Jardim do Éden, “para infundir esperanças do advento de um reinado de Deus inequívoco sobre o remanescente fiel”. Essa esperança apocalíptica pode ser representada, então, como um círculo que se fecha, “o retorno da história às suas origens”, na presença do Criador.[17] O Apocalipse também indica o afastamento da animalidade humana, o que se amolda perfeitamente à constatação de Elliot Wolfson, sobre uma sétima geração que no futuro atrairia a Shekhinah, para “derrubar a loucura da alma animal [lahafokh sheṭut de-nefesh habahamit]”, transformando-a em santidade “[sheṭut di-qedushshah]”.[18] Para os estudiosos, a concretização da Shekhinah global viria após a separação entre o bem e o mal, quando todos os malfeitores seriam dispersos. Seria um tempo de interiorização efetiva dos mandamentos e de compreensão daquilo que se mantinha oculto.[19] Em muitos momentos a noção sob análise foi suscitada para referir-se à presença reconfortante e sustentadora do Pai Maior, particularmente no contexto do sofrimento dos judeus.[20] No conjunto do que temos avaliado, vê-se que a combinação de Ap 1:7 e Ap 22:4 indica a sucessão de uma fase de felicidade e renovação, após o exaurimento de uma fase de expiação. Não é sem propósito que o sentido de Shekhinah é associado a Deus habitando nas tendas humanas[21], a lembrar a terceira e última parte do Apocalipse, diretamente atrelada ao conteúdo do Sukkot, já comentado na introdução e que será retomado adiante. Uma outra convergência, igualmente importante, é a que se estabelece com o período do jubileu, que será minudenciado nos comentários a Ap 1:10. No Livro dos Jubileus consta o “anjo da presença”, que lê e dita para Moisés tábuas celestes, confiáveis e vastas em conteúdo, que continham os eventos desde a criação até a nova criação[22], ou seja, do Éden antigo ao Éden futuro.

A lamentação (= bater no peito), nessa leitura, diz respeito ao arrependimento pelo desprezo às evidências espirituais espraiadas por todos os quadrantes do planeta. Algo que também está descrito em Ap 16, conforme se verá.


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10 No dia do Senhor fui movido pelo Espírito, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, ordenando:

João relata que foi “movido pelo Espírito”. Outras traduções empregam a expressão “arrebatado no Espírito”. Sobre esta última, Richard Bauckham esclarece que nos primórdios da literatura cristã o correspondente em grego comumente significava “sob o controle do Espírito”. Denotava a experiência temporária do poder do Espírito na fala profética ou revelação.[23] Ao estudioso do Espiritismo leia-se: mediunidade.

Esse trecho oportuniza a compreensão de que em Espiritismo não se deve apegar a sentidos e concepções do pretérito quando as leis explicadas pela revelação atual permitem melhor entendimento do fenômeno. Se a palavra “arrebatamento” pode apresentar outros significados, a depender do contexto, sobretudo no Velho Testamento, o fato é que Emmanuel elucida tratar-se de desdobramento espiritual de João enquanto ainda se encontrava vinculado ao corpo carnal:

“O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica do invisível.”[24]

A passagem (Ap 1:10) condensa a importante noção de dia do Senhor, que merece ser desdobrada em suas perspectivas significativas.

John D. Davis anota que várias são as interpretações sobre este ponto.[25] De fato, entre os estudiosos podem ser identificados, com relação ao dia do Senhor, os seguintes sentidos: (i) sábado – Sabbath - ou sétimo dia da semana[26]; (ii) primeiro dia da semana, o domingo[27] e, dessa forma, o oitavo dia[28]; (iii) dia do juízo[29], o julgamento para Israel[30]; (iv) “o dia quando Javé haveria de intervir a fim de colocar Israel à testa das nações, de modo independente da fidelidade de Israel para consigo”[31]; (v) castigo para nações individuais em virtude de suas violências[32]. As hipóteses iv e v podem ser lidas como derivações da indicada no item iii. Segundo Champlin, prepondera a associação do dia do Senhor com o sábado.[33]

Na introdução que antecedeu os comentários aos capítulos e versículos foi possível adiantar nosso entendimento de que o dia do Senhor indica um período extenso, previsto pela mediunidade de presciência, relacionado a um peculiar processo de purificação no planeta. O trecho, todavia, apresenta-se mais rico em sentidos no contexto do Apocalipse. A compreensão do dia do Senhor, aqui, deve partir de duas linhas principais: (i) a do dia do Senhor enquanto último grande período da humanidade e (ii) a do dia do Senhor enquanto sábado. A primeira, como dito, foi abordada linhas atrás. Passemos ao estudo da segunda.

Pode causar estranheza a relação da grande revelação com o sábado. Afinal, o que um dia da semana poderia ter com o Apocalipse? A modernidade transformou o sábado em momento para o deleite, mas a tradição judaica, inspirada por espíritos tutelares, o definiu com sentidos superiores. É preciso, então, avaliar o sábado na condição de obrigação da lei, passando-se pelo seu sentido espiritual para o indivíduo e, na sequência, alcançando-se o cerne de sua significação coletiva. Há um “sábado menor”, um “sábado intermediário” (ano sabático ou Shemittah), um “sábado maior” (semanas de anos sabáticos) e um “sábado cósmico” (a última semana de Shemittah – Hb 4:9-11), todos importantes para a revelação das revelações. A passagem (Ap 1:10) alude não apenas ao sábado, em sentido pontual - perspectiva micro -, mas principalmente ao dia do Senhor em sua perspectiva ampla. Em verdade, esses ângulos do sábado indicam uma “métrica” que auxilia na compreensão da cronologia do Apocalipse. Comentou-se três festividades que auxiliam no entendimento de períodos constituintes do final dos tempos: (i) Rosh Hashanah, (ii) Yom Kippur e (iii) Sukkot. Essas etapas podem ser correlacionadas às três partes da sentença materializada no festim de Baltazar: (i) Mane – contado, (ii) Thecel – pesado, (iii) Pharés – dividido. Ainda, foram pontuados os três períodos que constituem os mais relevantes eventos do Apocalipse, que são (i) a grande tribulação, (ii) o dia do Senhor e (iii) o advento da Nova Jerusalém. Não bastassem esses referenciais, que muito contribuem para a identificação dos períodos contidos na revelação das revelações, o que consta em Ap 1:10 também fornece uma pista sobre a seguinte sequência de períodos: (i) sábado do final dos tempos violado, (ii) sábado do final dos tempos reparado e (iii) jubileu. O sábado estendido merece estudo também por representar um ponto de convergência de diversas previsões, a demonstrar que o Apocalipse diz respeito a um período especial de extrema importância para a humanidade. O horizonte que abre a passagem de Ap 1:10 está igualmente relacionado (i) à mensagem espiritual profunda indicada pelo símbolo da face de Deus, que todos os olhos verão (Ap 1:7, 1:16) - Shekhinah, (ii) ao testemunho de Jesus (Ap 1:9) e (iii) aos significados espirituais dos procedimentos rituais no templo (Ap 8 e ss.). Todo esse conjunto será compreendido ao longo da avaliação. Cabe destacar, todavia, que essa análise não deve fomentar no leitor inclinações para hermetismos ou rebuscamentos que caracterizam propostas teológicas e que geralmente desviam o foco das orientações morais. Por isso, a convergência de todas as previsões no chamado “fim dos tempos” não pode ser realizada sem uma bússola, que é o seu resultado final, a já comentada presença de Deus – Shekhinah (Ap. 1:7). Em apertadíssima síntese de tudo isso, os períodos de alto teor que convergem no ápice das transformações humanas apontam para o reino divino que se estabelecerá coletivamente.

Importante, pois, compreender os sentidos do sábado menor até o sábado final. Referido em várias passagens da Bíblia (e.g., Ex 16:23, 25, 26, 29; 20:8; 31:13, 17, 35:2, Lv 23:3, 26, Dt 5:14), o sábado foi instituído como sétimo dia posterior a seis dias de trabalho, que deveria ser destinado ao repouso (Ex 31:17, Dt 5:14) e completamente consagrado a Deus (Ex 35:2). Nele, os fiéis deveriam reunir-se em assembleia (Lv 23:3) notadamente para refletirem, em contínuo ensaio fraternal, sobre os ensinamentos superiores (e.g., At 13:44, 15:21, 17:2, Lc 4:16). Uma prática realmente essencial para perpetuar a cultura às orientações espirituais depositadas naquela comunidade, sem a qual acabariam caindo no esquecimento. Pela ótica espírita cabe compreender a razão dessa orientação proveniente das esferas superiores. A necessidade de estudo detido e contínuo, pelas gerações, das leis que regem a vida, talvez explique propriamente o motivo pelo qual essa reserva do sábado foi considerada desde o início como um sinal da aliança eterna entre Deus e os homens (Ex 31:13, 17). Afinal, uma aliança verdadeira com o Criador pressupõe comunhão, pelo conhecimento aprofundado em torno da observância dos Seus mandamentos. O sábado também era um dia de aferição, dado a reflexão que proporcionava sobre as ações ao longo da semana. Assim é que também servia para recordar o auxílio maior (Dt 5:14, 15) e reverenciar a presença de Deus, Senhor de toda a realidade (Lv 26, Ez 12:20). Lembre-se, ainda, da grande significação da data que apontaria para o dia em que a Lei foi dada a Israel.[34] Muitos estudiosos questionam a razão das severas sanções estabelecidas para a inobservância do sábado. Bem avaliada a sua finalidade profunda, notadamente o propósito de assentar uma cultura de ligação entre a criatura e o Criador, compreende-se os esforços então empreendidos para estabelecer disciplinas. Ainda que tenham sido incorporados pela população de sua época com forte carga ritualística, os preceitos que conformavam o sábado consistiam em “apenas sombra de coisas que haviam de vir” (Cl 2:17), para empregar as palavras de Paulo. Por isso, Jesus frisou o sentido espiritual verdadeiro (e.g., Jo 7:24, 5:16-18, Lc 14:5, 13:10-17, 6:8-11) nas diversas oportunidades em que foi questionado sobre não observar o sábado. Foi o tema que ensejou a significativa lição do Evangelho: “o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Mc 2:27). Como esclarece Emmanuel, “as convenções definem, catalogam, especificam e enumeram, mas não devem tiranizar a existência.”[35] O norte espiritual deve ser mantido para o enfoque dessa e de outras dimensões do símbolo.

Em analogia ao sábado semanal, cada sétimo ano é considerado sabático[1], também conhecido como Shemittah. Mencionado em algumas passagens (Ex 23:10,11; Lv 25:1-7; Dt 15:1-11), o período determina o descanso da terra, que deve ser guardada para Deus, quando não poderá ser cultivada ou vindimada, para que sobrem alimentos aos pobres, aos servos e aos animais do campo. Marca, ainda, o dever de perdão das dívidas do próximo, valendo destacar as especiais recomendações de cuidado e generosidade para com os pobres e humildes (Lv 15:7-11). O sentido profundo da remissão dos débitos e da reserva de alimentos nas lavouras não oferece dificuldades, tendo-se em vista a lei universal de fraternidade. É de se questionar, por outro lado, o significado espiritual do descanso da terra, interpretação essa que será apresentada no contexto que segue.

Há um período também dilatado (Lv 25:8-17), intitulado jubileu e precedido pelo sábado por excelência.[36] De sete “semanas de anos” obtém-se quarenta e nove.[37] O mesmo número pode ser pensado pela sucessão de sete anos sabáticos.[38] Para Champlin, um sábado de sábados incidia no ano quarenta e nove do ciclo.[39] O ano subsequente, que é o de número cinquenta, corresponde ao jubileu.[40] Percebe-se, pois, que o ano do jubileu não coincide com o ano sabático, mas o segue imediatamente.[41] É preciso conhecer o conteúdo do jubileu, que parte do princípio de que Deus possui o domínio verdadeiro sobre os filhos de Israel e sobre as terras. Assim, nesse período proibia-se o exercício de poder de domínio entre os irmãos da etnia, pois em última análise todos são auxiliares do Criador. De sorte que se um irmão se tornasse pobre e se entregasse à venda para outro semelhante, com o propósito de angariar recursos, não poderia ser equiparado a um escravo. Deveria ser tratado como um assalariado ou hóspede e trabalharia com o comprador até o ano do jubileu, após o qual retornaria ao seu clã e à “propriedade de seus pais”. De sorte que o quinquagésimo ano servia para proclamar a libertação de todos os moradores da terra. O jubileu também surtia efeitos sobre as terras, de acordo com o mesmo princípio de que tudo pertence a Deus. Em assim sendo, a terra não poderia ser vendida perpetuamente. Adequado, então, que os homens se vissem na condição de hóspedes face o domínio divino sobre a crosta terrestre. Com inspiração nessa realidade, surgiu a regra de que toda terra deveria estar vinculada ao direito de resgate. A casuística da época reservou o resgate para as casas das aldeias sem muralhas, tidas como situadas no campo. Esses bens imóveis deveriam ser liberados pelo comprador no ano do jubileu, retornando para o vendedor. Obviamente, o preço de venda era estabelecido segundo a perspectiva de uso, tendo-se por parâmetro o ano do jubileu.[42] Por fim, no quinquagésimo ano não se poderia semear, ceifar ou vindimar. Caberia aos homens comer o produto espontâneo dos campos. Em síntese ao conteúdo do jubileu, anota Russel Champlin que “1. a terra teria que ser deixada sem cultivo; 2. a terra deveria voltar ao seu anterior proprietário; 3. os escravos hebreus deveriam ser postos em liberdade.”[43] Dado curioso é o fato de que o jubileu estabelecia a sucessão de dois anos “sob regime de pausa”. Lembre-se que antes dele, especificamente no ano quarenta e nove, incidia um ano sabático. A resultar, portanto, no ano sabático acrescido do ano do jubileu. O que suscita naturalmente a pergunta sobre a razão de tal extensão. John Bergsma apontou a problemática dos dois anos de descanso ou dos pousios sucessivos.[44] Para este autor, o ano sabático enfatiza o descanso em favor da própria terra, enquanto que o jubileu destaca o retorno dos israelitas à sua terra.[45] Já Reuven Hammer entende que o ano sabático libera débitos, enquanto que no ano do jubileu sobressai a liberação dos escravos.[46] Este último era conhecido como “ano da liberdade”[47], com forte raiz em Lv 25:8-10.[48] Para o Espiritismo cumpre entender qual é o fundo de verdade essencial, inclusive moral, por detrás do jubileu, principalmente para o entendimento de como tudo se relaciona com a mensagem do Apocalipse. Explica Roland Harrison que “a espiritualidade do jubileu está fundamentada no conceito do sábado e do ano sabático, do qual é uma extensão lógica.”[49] Quanto aos israelitas, o conjunto das regras lembrava-lhes dos momentos de escravidão no Egito em tempos idos, quando foram libertos pela providência divina e receberam uma terra para viver. A providência constatada no passado deveria alimentar a confiança firme no amparo maior durante o período não-produtivo do ano sabático e do ano do jubileu, quando se encontravam sensivelmente sob a dependência de Deus.[50] Além disso, os preceitos em foco, notadamente os do jubileu, eram humanitários e apresentavam um ângulo econômico, com o escopo de promover reequilíbrio entre ricos e pobres.[51] As regras tutelares concediam uma boa oportunidade para que as pessoas recuperassem sua autossuficiência nas atividades quotidianas.[52] O objetivo último desse regulamento seria zelar pela dignidade do pobre ou do endividado, sem afastar essas pessoas de suas responsabilidades fundamentais. Percebe-se na Torá o nítido traço da piedade tão frisada por Jesus no Novo Testamento.[53] “A aplicação prática do amor ao próximo como a si mesmo é ressaltada aqui.”[54] Bem anota Roland Harrison que “este mesmo princípio subjaz as instruções que Cristo deu aos Seus seguidores no sentido de buscarem em primeiro lugar o reino de Deus (Mt 6:33).”[55] O amor fraternal para com os desprovidos de recursos foi observado pelos cristãos primitivos (e.g.,  At 4:34-35; Fp 4:15), “que sustentavam os necessitados e indigentes como uma expressão da lei do amor de Cristo (Gl 6:2).”[56] Não é difícil compreender que essas regras caíram em desuso, uma vez que foram pouco observadas.[57] À guisa de escusa, muitos comentadores advogam que o jubileu, tal como a Shemitah, é uma das mitzvot[58] de mais difícil cumprimento em toda a Torá. O fato, entretanto, é que a fraternidade foi abandonada desde a sua raiz, o que caracterizou um reincidente rompimento da aliança. O desprezo da aliança contínua ofertada por Deus aos homens é de grande significação para o Apocalipse, no contexto do jubileu simbólico, o que se verá adiante. A persistente inclinação dos homens, desde os instantes remotos, em repelir o egoísmo e aplicar a essência do jubileu certamente traria outro patamar de exemplificação por parte daqueles que receberam as sementes espirituais. Segundo a Mishnah, “o ano de jubileu foi abolido após o exílio babilônico (Sebi’it 10.3).”[59] A frustração levou muitos a conceberem que as prescrições desses deveres referiam-se a um projeto, um ideal para realização futura.[60] Aqui se percebe melhor o liame do período com as previsões contidas no Apocalipse para o futuro da humanidade. Antes de se passar para essa análise, cabe um resumo de alguns sentidos espirituais por detrás do sábado dos sábados e do jubileu.

O sábado em geral era considerado uma marca da aliança entre o Senhor e Israel (Ex 31:13-16; Ez 20:12, 20), e essa característica se transfere para o ano sabático e o jubileu.[61] A reunião das pessoas para ouvir a Torá no final do sétimo ano tinha por objetivo maior a concretização da lei (Dt 31:12). A lei, por sua vez, pede fraternidade e cuidados ao próximo, que no período eram especialmente frisados por meio da prática de liberação dos débitos e das pessoas. O recado espiritual não podia ser outro: deveriam os homens lembrar-se frequentemente do dever primordial de observar a lei de amor, em torno da qual deveriam renovar continuamente votos da aliança para com Deus. Eram severas as consequências do descumprimento do sábado, uma vez que correspondia ao desprezo da aliança, e sanções de igual teor foram previstas para a inobservância do jubileu, como consta em Lv 26:14-43. Não obstante as advertências, persistiu a defecção diante do convite divino. O livro de Ezequiel, por exemplo, consigna queixas sobre os sábados desprezados (Ez 20:12, 13, 24; 22:8, 26; 23:38). Para além da constatação de fatos da época, o descumprimento reiterado da aliança também foi anunciado pelos profetas a título de mediunidade de presciência, antevendo um círculo vicioso que perduraria na humanidade por algum tempo. Como se verá, o término do desprezo cíclico é a previsão final contida no Apocalipse. Haveria, em dimensão coletiva, para a humanidade, a vivência futura e efetiva do sábado, no seu significado moral profundo. Entende-se, nessa linha, a palavras de Paulo: “Por isso, ainda fica em perspectiva para o povo de Deus um repouso de sábado.” (Hb 4:9). Isso, obviamente, para aqueles que “não entraram no repouso” (Hb 4:5), os de corações endurecidos, que não receberam a boa nova (Hb 4:6) e não aproveitaram a oportunidade da evolução espiritual. Ou seja, os que persistiram na traição da aliança experimentariam, no tempo próprio, um novo ciclo de renovação, pois Deus não renuncia à proposta de aliança com seus filhos, conforme escrito em Lv 26:44,45. Por outro lado, os que testemunharam o Cristo, por atos de amor e renúncia, foram “atingidos pelo fim dos tempos” (1 Co 10:11), a exemplo dos espíritos que se sintonizaram com os ensinamentos de Jesus e não cederam aos desvios (Hb 4:11) durante o período da grande tribulação, de acordo com o que consta em Ap 7:13. Para estes, a presença de Deus (Shekhinah) já se tornou uma realidade, desde as “tendas” de seus corações (Ap 7:15). A liberação prescrita para o sábado, pela ótica expandida e concebida para o futuro, indica a libertação da humanidade de uma escravidão espiritual[62], o que na leitura espírita deve ser compreendido a título de extinção dos ciclos cármicos decorrentes da fase de provas e expiações. Refere-se, portanto, a um período de libertação dos sofrimentos inferiores, verdadeiro tempo de refrigério (At 3:19,20), quando todo tipo de opressão deveria cessar.[63] Valendo lembrar que este tempo de refrigério também pode ser lido como o da restauração.[64] Se o jubileu significava “uma oportunidade para os pobres e os endividados fazerem um novo começo na vida”[65], para toda a coletividade tem o sentido de regeneração do planeta. O descanso para a terra, decorrente do jubileu, projetado para os tempos futuros permite visualizar uma fase de paz no planeta.[66]

O Livro dos Jubileus traz previsões que auxiliam a adentrar um pouco mais na compreensão dos períodos em análise para o chamado “fim dos tempos”. Também conhecido como O Livro das Divisões dos Tempos, Pequeno Gênesis, Apocalipse de Moisés[67], foi originariamente escrito em hebraico e relacionado à comunidade das cavernas de Qumran, no Mar Morto.[68] É apresentado a título de revelação, trazida quando o anjo da presença divina leu tábuas celestes para Moisés, que por sua vez as anotou por ditado (Jub 1:26-29).[69] Moisés subiu a montanha pela primeira vez para receber a Torá; posteriormente, relata o texto, o anjo da presença ditou-lhe outro livro, exatamente o dos Jubileus, anunciando eventos que se verificariam na história.[70] Na síntese do próprio livro, seu conteúdo cinge-se às divisões dos tempos, à lei e ao testemunho (Jub 1.4). O documento tem sido considerado por muitos em razão de sua sintonia com os relatos de Enoque.[71] É uma obra que reapresenta grande parte do que consta nos livros de Gênesis e Êxodo[72] e que vai além dos textos tradicionais[73], pois traz novas informações que poderiam auxiliar no esclarecimento de questões da narrativa bíblica.[74] Não se sabe até que ponto o texto conhecido corresponde com o original. Questão diversa, e igualmente relevante, diz respeito à impossibilidade de se discernir em que medida o texto apresenta informações mediúnicas superiores. De toda forma, é no mínimo interessante perceber a existência de muitas passagens do Livro dos Jubileus que se adequam à leitura do Apocalipse ora proposta.

O livro prevê um declínio da história que será revertido.[75] Nele consta que o anjo da presença solicita o registro de suas palavras para que as futuras gerações saibam que Deus não abandonou os homens, a despeito da prevista traição da aliança (Jub 1.5). Dessa forma, quando acontecessem as consequências dos males causados, aqueles que receberam a semente espiritual reconheceriam que Deus manteve sua fidelidade e, ainda, que Sua presença nunca cessou (Jub 1.6). Afinal, Deus “colocou seu arco nas nuvens como um sinal da eterna aliança”, a perdurar durante todos os dias do planeta (Jub 6.16). Mencionou-se, linhas atrás, que a observância do sábado foi definida enquanto disciplina para enraizar a cultura de ligação entre a criatura e o Criador. O Livro dos Jubileus confirma que o sábado e os festivais sagrados foram estabelecidos como um lembrete (Jub 6.24). Se esses preceitos fossem transgredidos os tempos seriam “perturbados” (Jub 6.33)[76]. Pela ótica espírita pode-se compreender o desvio do planejamento otimizado na linha da melhor evolução, a resultar em alterações na caminhada. A mesma fonte mediúnica previu que os homens violariam os padrões prescritos. Desde aquela época remota foi manifestada a previsão de que as criaturas atuariam de forma teimosa e rebelde (Jub 1.7). Ainda, foi revelado que os iniciados seguiriam o caminho da idolatria ofensiva aos ensinamentos superiores, o que lhes arredaria para uma verdadeira armadilha, uma tribulação sob aflições (Jub 1.8). As datas santificadas seriam profanadas, dando azo aos erros e à ignorância dos gentios. Em consequência, sobreviriam tempos de tribulação (Jub 6.32-37). Tempos de dificuldades, angústias e aflições (Jub 23). Os homens esqueceriam os mandamentos e seguiriam as nações (= gentios, cultura humana), seus ídolos e suas abominações. Ou seja, é antiga a profecia segundo a qual os homens serviriam aos valores pagãos, mesmo em se tratando de coletividades (= Jerusaléns) que receberam o investimento das verdades pela via mediúnica. Isso geraria para os homens um obstáculo, os arredaria para uma armadilha (Jub 1.9). Essa tribulação foi relacionada à adoração de deuses estranhos. Deuses que não poderiam livrá-los do antevisto período de aflições (Jub 1.8), o que se compreende propriamente pelo estudo do que vem a ser a grande tribulação abordada pelo Apocalipse. Assim, muitos homens cairiam no controle do inimigo (Jub 1.10). No Livro dos Jubileus a traição da aliança é equiparada ao desprezo pelos sábados e pelo santuário (Jub 1.10). Ou seja, os esclarecidos (= símbolo da Jerusalém) esqueceriam os sábados e não honrariam a aliança (Jub 6.34 e ss). A traição também é relacionada ao abandono do tabernáculo, onde Deus havia preparado para habitar (Jub 1.10). Os traidores da aliança fariam para si próprios lugares altos, imagens esculpidas e curvar-se-iam a todas as obras do seu erro. Em que pese o conhecimento do Deus único, adorariam aos ídolos feitos de suas imagens esculpidas. Espíritos depravados inspirariam estátuas de coisas impuras (Jub 11.4). Os homens sacrificariam suas gerações aos espíritos inferiores e a todos os produtos concebidos por suas mentes equivocadas (Jub 1.11). Deus lhes enviaria testemunhas (e.g., Ap 7:13), mas eles não as ouviriam e, tal como consta na parábola dos lavradores maus (Mt 21:33-46, Mc 12-1-12, Lc 20:9-19), as matariam. Eles também perseguiriam aqueles que estudam a lei (Jub. 1.12). Então, Deus esconderia a sua face dos desertores (Jub 1.13). Esse ocultamento, conforme se verá, foi contornado somente no momento indicado no Apocalipse que diz respeito à vinda do Espiritismo. No rumo do abandono a Deus, foi previsto o crescimento do mal. Os homens matariam uns aos outros, derramariam sangue sobre a terra, construiriam cidades, muralhas e torres fortificadas. Haveria competição entre os povos e guerras de nações contra nações (Jub, 11.2). Depois dessa fase de tribulação, os homens e as nações voltariam a Deus de todas as suas mentes, almas e forças. Aqueles que procurassem com esse empenho teriam sucesso na busca, seriam destinatários de revelações abundantes em paz (Jub 1.15). Deus, por sua vez, “plantaria” os homens como uma planta justa (Jub 1.16, Ap 22:14). Eles se tornariam uma bênção, não uma maldição (Jub 1.16). Ao fim, Deus definitivamente habitaria com os homens (Jub 1.17, Ap 21:3). No futuro, os homens voltariam para Deus de uma maneira reta. Pela ação espiritual seriam purificados, para que nunca mais se afastassem (Jub 1.23). Os jubileus passariam até que sobreviesse a libertação de todos os vícios (Jub. 50.5). De acordo com a previsão, nessa época futura Deus seria reconhecido como o Pai e as criaturas como os filhos, que seriam chamados de filhos do Deus vivo. Os homens seriam íntimos dos anjos e dos espíritos e o amor de Deus enfim seria compreendido (Jub 1.25). Conforme o relato mediúnico, essas palavras descreviam os ciclos dos jubileus vindouros, até o momento em que Deus “desceria” para habitar com os homens, pelo fim dos tempos (Jub 1.26, 50.5). O Senhor apareceria aos olhos de todos. Sião e Jerusalém seriam santificadas (Jub 1.28). A previsão do Livro dos Jubileus alcançaria o período entre o início da criação até o “tempo da nova criação”, quando a terra e todas as suas criaturas seriam renovadas sob os poderes celestes (Jub 1.29, 4.26). Haveria uma renovação que permaneceria por todos os dias do orbe (Jub 1.29). Previu-se o advento de um tempo de repouso (Jub 50.10, 11). Seria o irreversível reinado de Deus (Jub 50.9). Como bem compreendeu Merril Tenney, o Livro dos Jubileus apresenta um “reino messiânico” que seria implementado gradualmente.[77] Em suma, esses são os conteúdos do Livro dos Jubileus que indicam a divisão dos tempos futuros[78] e que bem sintetizam a mensagem do Apocalipse.

O estudo do Espiritismo faz-se livre do apreço por ritos e convencionalismos que caracterizaram os sistemas religiosos do passado. Quem se habitua à clareza do conhecimento espírita possui mesmo dificuldades em compreender o gosto por matérias dessa natureza. É evidente que neste trabalho busca-se sobretudo aquele nível mais profundo de interpretação (Sod)[79], para a extração do ensinamento espiritual verdadeiro e relevante. Então, é necessário frisar que se estudam períodos como o sábado e o jubileu sob a perspectiva dos lapsos temporais mais dilatados e com o específico objetivo de situá-los na profecia do “final dos tempos”. Sustentamos que esse é o objetivo de Ap 1:10 ao referir-se ao sábado. A passagem quer nos chamar a atenção a respeito desses sentidos maiores quanto ao especial período que foi antevisto para a história espiritual da humanidade. Estudiosos do assunto compreendem a existência de um estreito relacionamento entre o sábado semanal, o ano sabático e o ano do jubileu.[80] Assim, sem qualquer pretensão ou compromisso de identificar marcos temporais precisos na cronologia humana, será tentada a compreensão do que consta no capítulo 25 de Levítico na ótica do “fim dos tempos”. John Bergsma entreviu em Lv 25 ciclos de anos sabáticos e de jubileus que projetam para a humanidade momentos de descanso divino.[81] Já Wallace Oliveira identificou, com especial importância para o Apocalipse, um saliente ano sabático (Shemittah), seguido de um significativo jubileu:

“(...) Logo, a redenção iria acontecer ao longo daquele ano profético ou milênio, no simbólico último shemitah correspondente ao da regeneração da humanidade, enquanto que o milênio seguinte seria o do jubileu ou do início de uma nova era, o Olam Haba.”[82]

“E que o início do sétimo e último milênio ou daquele simbólico sétimo dia da semana profética denominado de Acharit Hayamim, que corresponderá a um shabãt ou sábado especial, a um shemitah, seria o final dos tempos, a era messiânica que antecederia a uma outra era futura de santidade, de tranquilidade e de paz, enfim, de uma vida espiritual, o Olam Haba, o mundo vindouro ou futuro, onde todos os homens justos, como recompensa final, conhecerão a Deus, assim como Jesus havia dito aos judeus durante o Sermão da Montanha (Mt 5:8 e 12:32).”[83]

Em paralelo com o Kippur cósmico, avaliado por Jacques B. Doukhan[84], vamos empregar os rótulos Shemittah cósmico e jubileu cósmico para esses dois momentos simbólicos que marcam o “final dos tempos”, que em Espiritismo deve ser compreendido enquanto final de um período e sua transição para outra fase planetária. Já destacamos que não será empreendida a tentativa de situação desses períodos específicos em momentos pontuais da história humana. Para os fins desta obra cabe apenas compreender a sucessão dos períodos e seus sentidos espirituais profundos, tal como aquele que entende o sequenciamento das estações climáticas e suas características sem necessariamente identificar o dia exato do início e término de cada qual. Então, para o “final dos tempos” tem-se o Shemittah cósmico seguido do jubileu cósmico. O que cada um significa e qual o seu sentido geral para as profecias do Apocalipse? Agora já se faz possível compreender um pouco melhor os apontamentos anteriormente tecidos sobre o assunto. Conforme escrito linhas atrás, estudiosos suscitam questionamentos sobre os dois anos de descanso ou dos pousios sucessivos causados pela sequência do Shemittah  e do jubileu.[85] Cabe, aqui, lembrar que em se tratando das profecias sobre o “final dos tempos” e, notadamente, do Apocalipse, está-se diante de períodos maiores. O Shemittah e o jubileu cósmicos referem-se a lapsos temporais consideravelmente dilatados e neste particular remetemos o leitor para os melhores estudos espíritas que conhecemos a respeito, da autoria de Wallace Oliveira, citados ao longo deste livro. Assim, caminhando além dos ensinamentos de John Bergsma pode-se compreender que o Shemittah cósmico enfatiza o descanso em favor da própria terra, o que em sentido profundo está relacionado a uma reestruturação coletiva no planeta.  Enquanto que o jubileu cósmico destaca o retorno dos israelitas à sua terra[86], o que na concepção espiritual do “final dos tempos” pode ser entendido enquanto a libertação do ciclo cármico de provas e expiações. Com a ajuda de Reuven Hammer é possível compreender que no longo período do Shemittah cósmico promove-se o expurgo de débitos para a coletividade humana, ao passo que no extenso jubileu cósmico – um verdadeiro período de liberdade[87] - os homens paulatinamente deixam de ser escravos dos vícios.[88] O jubileu significava “uma oportunidade para os pobres e os endividados fazerem um novo começo na vida”[89] e para toda a coletividade tem o sentido de regeneração concretizada no planeta. O jubileu cósmico relacionado aos tempos futuros permite visualizar uma fase de paz definitiva no orbe[90], um momento de repouso perene (Jub 50.10, 11)[91]. O que denominamos de cósmico refere-se a um último jubileu, que implementará uma “era de salvação”[92], relacionado aos benefícios advindos da missão de Cristo sobre o planeta[93], quando uma geração inteira se voltará completamente para Deus.[94]

Atravessamos, agora, momentos cruciais do Shemittah cósmico. O último sábado dos sábados significativo, antes desse em que nos situamos, está registrado no Evangelho de Lucas:

“Ele foi a Nazara, onde fora criado, e, segundo seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; abrindo-o, encontrou o lugar onde está escrito: Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor. Enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se. Todos na sinagoga olhavam-no, atentos. Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura’.” (Lc 4:16-21)

Uma grande oportunidade se concretizou com a vinda de Jesus ao plano físico. Segundo estudiosos, naquele ato Jesus estava incorporando o jubileu[95], pelo significado da anunciada libertação.[96] Aqui surge uma questão importante. É que muitos – em verdade, a maioria - que receberam a boa nova permaneceram desobedientes (Hb 4:6). A conduta renitente no mal gera um atraso (Hb 4:1), pois ficam adiadas as realizações que já poderiam se concretizar à luz do conhecimento recebido (Hb 4:9). A não correspondência desse potencial significou o desprezo de uma “janela de extraordinária oportunidade para a vida santa”, um desperdício em escala colossal.[97] Na ótica coletiva, isso significa que ficou adiado para a humanidade a vivência futura e efetiva do sábado, no seu significado moral profundo. Esse momento é o que interpretamos como o Shemittah final ou cósmico. Vale repetir as palavras de Paulo: “Por isso, ainda fica em perspectiva para o povo de Deus um repouso de sábado.” (Hb 4:9). Mas, está-se diante de uma coletividade que violou os deveres inerentes ao sábado maior. Ou seja, nesse período os homens não foram fiéis ao dever primordial de observar a lei de amor, em torno da qual deveriam renovar continuamente votos para com Deus. Os esclarecidos (= símbolo da Jerusalém) olvidaram os sábados e não honraram a aliança (Jub 1.10, 6.34 e ss). É o exemplo da grande traição operada pela besta apocalíptica, que se prostituiu face os tesouros espirituais de que se fez depositária. Emmanuel anota, em A Caminho da Luz, que o desvio religioso contribuiu “amplamente para o atraso moral” da humanidade. Em nome do Cristo espalharam-se discórdias e amarguras. Somente o Tribunal da Inquisição “entravou a evolução da humanidade por mais de seis longos séculos”.[98] Tem-se um contexto que não permite visualizar uma sucessão do Shemittah para o jubileu pela linha da fidelidade. Impossível analisar o Shemittah cósmico sem a consideração dessas intercorrências e deixando de lado as “condições de atraso moral da Terra”.[99] O Livro dos Jubileus já continha que se os preceitos fossem transgredidos os tempos seriam “perturbados” (Jub 6.33). Assim, ao menos parcela do Shemittah cósmico foi contaminada pela repetição dos desvios. Nessa fase o planeta experimenta o expurgo de débitos coletivos, antes do período de liberdade representado pelo jubileu cósmico. Merece reflexão o preço a pagar por essa promoção, tal como aventado por Emmanuel no livro Justiça Divina.[100] O fato é que a humanidade ingressa no Shemittah cósmico ou final pela porta da violação, o que permite uma vinculação com as consequências previstas em Levítico para a não observância do sábado (Lv 26: 14-44). É nesse contexto que todo o planeta caminha para cumprir seus sábados (Lv 26:43). Antes do ápice da regeneração a humanidade experimentou a fase de deserto desolado, na esteira de Lv 26:34, 43, que corresponde ao já comentado período da grande tribulação. Por outro lado, é preciso lembrar que o homem é destinado a evoluir, na senda exemplificada pelo “senhor do sábado” (Lc 6:5). De sorte que o planeta, após ultrapassar as consequências dos erros (Lv 26: 14-44), estará em condições de vivenciar as benesses do Shemittah cósmico, no rumo do jubileu final. Por isso é que se afirmou, acima, a divisão em três etapas: (i) sábado do final dos tempos violado, (ii) sábado do final dos tempos reparado e (iii) jubileu.

O que consta no capítulo 26 de Levítico é de acentuada significação para o presente momento de transição. Ele demonstra que para todos os sábados, em dimensão menor ou maior, existe uma bifurcação que estabelece a divisão entre o cumprimento dos preceitos para o recebimento das bênçãos (Lv 26:3-12) e a inobservância dos deveres que leva às consequências ruins (Lv 26:14-43).[101] Em sentido semelhante, o Livro dos Jubileus contém que se a aliança divina fosse traída os tempos seriam “perturbados” (Jub 6.33). É preciso considerar a revelação que chega aos homens paulatinamente e que não cessou com as escrituras antigas. Por isso, para o Shemittah cósmico ecoa a advertência por intermédio de Francisco Cândido Xavier, contida na obra Pinga-Fogo, elaborada com suporte na entrevista concedida pelo médium à TV Tupi, já comentada no capítulo “O destino da cultura ariana”. Ela apresenta um desafio que se atravessa à humanidade, entre manter-se em estado de relativa paz ou empregar o potencial bélico para uma guerra de grandes proporções e consequências desastrosas. O que se pretende sustentar, neste ponto, é que a advertência de Chico Xavier faz todo o sentido para os destinos de uma humanidade que ingressa na transição planetária com grande passivo de débitos para com a Lei, quando todos somos convidados ao empenho para sairmos do caminho de desvios (Lv 26:14-43) e ingressarmos rapidamente no caminho de bênçãos (Lv 26:3-12). Ao passo que o Filho do Homem é senhor do sábado (Lc 6:5),
só se ultrapassa as consequências de Lv 26:14-43 depois que a humanidade se tornar “senhora do sábado”. E, segundo alguns estudiosos, só se entraria no jubileu cósmico depois de vencido o último grande sábado desviado.[102]

Estabelecidos esses esclarecimentos, pode-se passar para a avaliação das inúmeras convergências que o símbolo do sábado, em suas variadas dimensões, indica para o “fim dos tempos”. James Scott sustenta que a conjugação desses grandes ciclos (e.g., Shemittah e jubileu) “sinaliza um momento especialmente auspicioso na história humana”, “extraordinariamente sagrado”, equiparável ao ato de adentrar no “santo dos santos”, parte mais sagrada do templo, que simboliza a presença de Deus.[103] O que denominamos de jubileu cósmico pode ser interpretado, portanto, enquanto momento propício para a restauração, um período de comunhão divina “que não era conhecida na Terra desde a primeira semana do mundo”, época do Éden (Jub. 8:19).[104] Os jubileus passariam até o advento daquele jubileu cósmico, quando Deus “desceria” para fazer morada no coração dos homens, até a consumação dos tempos (Jub 1.26, 50.5). De acordo com John Bergsma, passagens como Dn 9 ou Is 61 permitem associar a chegada do Jubileu do final dos tempos com a vinda de um messias.[105] James Vanderkam também anota que os jubileus passariam até que Israel fosse purificada de todo o mal, momento em que os homens viveriam em plenitude pela eternidade.[106] Em verdade, simbolicamente o jubileu não poderia começar até que a purgação do povo estivesse completa[107], o que é muito significativo, do ponto de vista espírita, para a transição entre as fases de provas e expiações, regeneração e de mundo ditoso.

Feita esta contextualização, pode-se compreender a convergência entre o sábado e o Yom Kippur ou Dia da Expiação. Para Jacques Doukhan, João recebeu uma visão acerca do dia do juízo no próprio sábado.[108] O mesmo autor sustenta que o versículo, por referir-se ao “dia do Senhor”, estabelece uma ligação com as festividades israelitas[109], na sequência do Rosh Hashanah, do Yom Kippur e do Sukkot.

A Rosh Hashanah ou Festa das Trombetas liga-se à ideia de início e consiste no ano-novo judaico.[110] Abre um período de introspecção e meditação de dez dias, no qual as trombetas – shofars[111] - são tocadas a fim de reunir o povo de Israel para alertar-lhe sobre a proximidade do Dia da Expiação (Yom Kippur). É o primeiro dia entre os dez dedicados ao arrependimento até o Yom Kippur. Ou seja, é tempo para promover arrependimento e reparo perante o Senhor. 
Na sequência, tem-se o Yom Kippur[112] ou Dia da Expiação, quando os judeus se preparam para o grande dia do juízo.[113] Explica Merril Tenney que “em termos etimológicos a palavra expiação significa um relacionamento harmonioso ou aquilo que promove tal relacionamento, isto é, a reconciliação. É usada principalmente em referência à reconciliação entre Deus e o homem”.[114] Prossegue o mesmo autor que “a necessidade desta reconciliação é a brecha no relacionamento original entre o Criador e a criatura, ocasionada pela rebelião pecaminosa do homem.”[115] Na concepção desse período, o reino da justiça não pode se fazer sem uma purificação.[116] Daí porque o Kippur presta-se à purgação de todos os pecados.[117]

Por fim, segue-se para o Sukkot, também conhecido como a Festa dos Tabernáculos ou a Festa das Colheitas, que recorda os anos de êxodo dos hebreus no deserto, após a sua saída do Egito. A conexão com essas festividades estaria, como dito, na referência ao “Dia do Senhor” (Ap 1:10). O conteúdo de cada qual e sua sequência fazem sentido quando em cotejo com as três etapas identificáveis no Apocalipse e amoldam-se aos já citados momentos indicados no livro de Daniel (Mane — Thecel — Pharés).

A fase da contagem (Mane) pode ser comparada com o período da Festa das Trombetas. A fase do sopesamento, do ajuste entre os pratos da balança da justiça (Thecel) pode ser comparado com o período do Yom Kippur. E a fase da resolução/divisão (Pharés) pode ser cotejada com a Festa das Colheitas.

Em termos apocalípticos, Jacques Doukhan refere-se a um Kippur celestial, um Kippur do tempo do fim.[118] É o momento que atualmente atravessamos. Refere-se a um processo de purificação enfrentado por toda a humanidade, simbolizada pela purificação do templo:

“Para os antigos israelitas, esta expiação do santuário era mais que uma limpeza primaveral. Melhor simbolizava, no pensamento bíblico, a expiação de toda a terra, porque os antigos israelitas entendiam que o Templo e o Tabernáculo eram o ‘microcosmos’ da Criação.”[119]

O ritual é apresentado em Levítico 16. O sumo sacerdote protagoniza a emulação e tem entre seus atos centrais a mudança simbólica de vestimentas. As vestes sujas simbolizam os pecados e a troca por roupas limpas significa o resultado da expiação.[120] A lógica por trás do sistema levítico de purificação e expiação se baseia na concepção de que os pecados das pessoas são transferidos para o santuário e lá se acumulam, para serem completamente expurgados apenas uma vez por ano.[121] Pela ótica do Kippur do tempo do fim, deve-se efetuar uma projeção para um lapso temporal maior. Nesse sentido, a expiação final estaria vinculada à purificação do santuário cósmico, quando este representa proporções globais, que indicaria um processo para o futuro da humanidade.[122] Na perspectiva planetária, a limpeza simbólica do templo resultaria no retorno de Deus, sua presença concretizada na Terra.[123] Os eventos saneadores conduziriam ao jubileu cósmico, de modo que aquela libertação tradicionalmente vinculada à data diria respeito à libertação espiritual dos fiéis e o retorno da justiça no seio da coletividade.[124] A purificação igualmente alcançava a nação e o sacerdócio[125], o que para o Apocalipse significa o expurgo face dois entes salientes, que são a última babilônia e a besta apocalíptica. De sorte que Ap 1:10 refere-se, em escala global, ao último sábado do processo de transformação que conhecemos por transição planetária. Eis uma excelente síntese para a passagem: cuida-se do sábado do orbe. E, qual se verifica com a reinicialização de um sistema de computador, cuida-se de uma reforma no sentido de “recriação do mundo”:

“O ritual do Kippur, ao simbolizar a purificação de toda a terra, indica a recriação do mundo. Por ele, a Escritura relaciona a criação vindoura de ‘um céu novo e uma terra nova’ com a criação da ‘Nova Jerusalém’ (Apoc. 21:2, comparar com Isa 65:17, 18). O profeta Daniel também descreve o Kippur cósmico de Daniel 8 em termos que nos recordam o relato da criação: ‘tardes e manhãs’ (Dan. 8:14), uma expressão somente falada no contexto do relato da Criação (Gen. 1:5, 8, 13, 19, 23, 31).
A tradição judaica também associa o juízo do Kippur com a Criação.”[126]

Essa associação do Kippur cósmico com a criação, como se tratasse de um retorno às origens, faz todo o sentido quando se constata o conteúdo da fase seguinte (Festa da Colheita) e suscita séria reflexão sobre previsões apresentadas pelo médium Francisco Cândido Xavier. Os detalhes que caracterizam o Sukkot (Festa dos Tabernáculos ou Festa das Colheitas), alinham-se às descrições de Ap 18 a 22. Ali figura a celebração pela extirpação do mal, a promessa de uma vida nova com Deus, a Babilônia caída com a ascensão da Nova Jerusalém.[127] O próprio Apocalipse estabeleceria uma indicação dessa relação com o Sukkot, em virtude da menção ao “tabernáculo de Deus”:

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” (Ap 21:3)

Note-se, por outro lado, que a Festa dos Tabernáculos é marcada por holocaustos, sacrifícios e libações (Lv 23:33-43). Tabernáculo, originado do latim tabernaculum, é o “diminutivo de taberna, um barraco, e refere-se a uma moradia transitória, como uma barraca.”[128] No original hebraico a palavra correspondente é sucá, no singular e sucot, no plural. A Festa dos Tabernáculos é de origem humilde, vinculada a bases agrícolas. Ela também é nimbada por um certo tom melancólico, suscitado pela lembrança da peregrinação pelo deserto, quando se fazia nítido o sustento dos homens pela providência divina. As tendas frágeis estabelecidas pelos errantes no deserto servem para recordar a fragilidade do próprio povo num ambiente rústico.[129] Nessa ocasião, deve-se construir uma cabana (sucá, sukkah), onde serão realizadas as refeições. Tal ambientação serve ao propósito de permitir a profunda internalização a respeito da realidade da vida. Deve-se buscar a humildade e afastar o materialismo. Aliás, é por isso que se requer o abandono das moradias confortáveis. Permanece-se sob uma morada frágil, que simboliza a experiência material transitória.[130] Em sentido espiritual profundo, a fase do Sukkot está diretamente relacionada à presença divina sob todos os ângulos (= Shekhinah), conforme comentado em torno de Ap 1:7, assunto que será abordado também na avaliação de Ap 21:3. Veja-se a convergência impressionante entre a tenda (ou tabernáculo) de Deus com os homens, onde cabana ou morada é sukkah, dando origem ao termo Sukkot e a presença de Deus – Shekhinah – que deriva de shakhan (habitar), indicando a “morada” de Deus no mundo. No sentido apocalíptico, o Sukkot pode referir-se ao novo êxodo[131], matéria sobre a qual se retornará com os contributos da mediunidade de Chico Xavier.

Viu-se que o Dia da Expiação era anunciado por trombetas. O objetivo profundo era o de atrair a atenção de Deus para a disposição ao sacrifício.[132]  As trombetas também eram usadas em períodos como o do jubileu (Lv 23:24, 25:9), que “deveria ser anunciado no dia da expiação”.[133] Curiosamente, o nome desta festividade “corresponde ao termo hebraico yobel, que também indica a ‘clarinetada’ tirada” de um chifre de carneiro.[134] Merece especial atenção o ensinamento de Lee Tomlinson sobre o fato de que “trombetas anunciavam o alvorecer do ano do Jubileu”[135], uma vez que para o final dos tempos e, igualmente, para o Apocalipse, o período corresponde à ascensão da Nova Jerusalém. E, como se verá adiante, não é sem propósito que Emmanuel se refere ao período de transição como “um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite”.[136] Disso resulta que o jubileu cósmico indica o evento futuro da humanidade redimida e o raiar do dia representa a luz do Evangelho paulatinamente concretizada no coração dos homens.

Já se comentou que a passagem de Lc 4:16-21 consigna uma profecia de Isaías cumprida por Jesus. Tal como consta no trecho, o mestre prestou-se apenas a
anunciar (= proclamar) “a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. Sabe-se, por outro lado, que a humanidade não se redimiu, no sentido de incorporar a cultura cristã, sobretudo do ponto de vista da prática. O que significa dizer que não se verificaram naquela oportunidade o sábado e o jubileu cósmicos. Indagado sobre o primeiro, o espírito de Mardoqueu[137], em comunicação sob o título “A lei de Moisés e a lei do Cristo”, contida na Revista Espírita de março de 1861, da qual muitos trechos foram transcritos por Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. I, item 9), teceu as seguintes considerações, que se adequam ao contexto do fim dos tempos:

“[O sábado] É o emblema da felicidade eterna, a que aspiram todos os Espíritos e à qual eles só chegarão depois de se haverem aperfeiçoado pelo trabalho e se despojado, pelas encarnações, de todas as impurezas do coração humano.”[138]

Ap 1:10 pode ser associado à grande trombeta mencionada em Is 27:13. É a trombeta final referida por Kardec na obra “O Espiritismo na sua expressão mais simples”:

“O Espiritismo vem recordar-lhes essa moral, não por meio de uma revelação isolada, feita a um só homem, mas pela voz dos próprios Espíritos que, semelhante à trombeta final, vem lhes clamar: ‘Crede que aqueles a quem chamais de mortos estão mais vivos do que vós, porque veem o que não vedes e ouvem o que não ouvis. (...)”[139]

Tenha-se, igualmente, que o símbolo da trombeta, em sua visão mais elementar, simboliza a comunicação mediúnica.

Em Ap 1:10 anuncia-se a vinda do dia do Senhor, que pode ser lido em duas perspectivas. Pelo prisma do sábado, a passagem reserva todo o denso conteúdo desdobrado nas linhas anteriores (as quatro dimensões do sábado). Já pelo ângulo do final dos tempos, o dia do Senhor corresponde ao período de renovação que cabe ao Espiritismo. Por isso anota Kardec, na mesma obra, que o Espiritismo “assinalará a era predita pelo Cristo e pelos profetas.”[140] E continua o valoroso compilador: “Assistimos à transição que se opera, prelúdio da transformação moral, cujo advento o do Espiritismo marca.”[141] Assim, a passagem também diz respeito ao anúncio do Consolador Prometido, conclusão que se alcança, igualmente, pela combinação de vários símbolos do Apocalipse, cabendo, neste particular, os seguintes ensinamentos de Wallace S. Oliveira:

“Contudo, a mensagem oculta que Jesus quis que eles compreendessem era outra. Foi a de que, segundo aquela relação de tempos proféticos contida no livro dos Salmos de Davi (Sl 90:4), após os 6000 anos transcorridos no mundo, e que são representados por cada um dos seis dias da semana judaica, então, ao seu final ou no ‘último dia’, num shabãt ou sábado judaico especial, no simbólico sétimo dia, isto é, no shemitah correspondente aos 1000 anos restantes, os seus seguidores estariam finalmente livres ou dispensados da sua simbólica servidão (Ex 21:2) e, desta maneira, poderiam depois retornar aos seus locais de origem. Do mesmo modo, naquele simbólico sétimo e último shemitah, deveria ser necessariamente anunciado o ano sagrado seguinte através do toque das trombetas do jubileu (Lv 25:9), alertando a todos os homens que ele estaria bem próximo, pois a partir do milênio seguinte, no simbólico 8º ano, seria o ‘ano de jubileu’ (Lv 25:10), um período de grande júbilo e de extrema alegria para todos os homens. Um mundo feliz que os judeus chamavam de Olam Haba ou mundo vindouro.”[142]

“Prosseguindo naquele sermão, então, diante de todas aquelas revelações, esclarecimentos e advertências aos seus discípulos e confirmando o entendimento anterior de que aquelas trombetas anunciariam o início do esperado momento referente ao restabelecimento de todas as coisas e o futuro retorno às suas possessões e locais de origem, Jesus disse a eles, em seguida, que ‘quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças’, alertando-os para que ficassem bastante atentos ou espiritualmente vigilantes, aguardando a chegada daquele momento, ‘porque a vossa redenção’, representando o desejado e esperado momento da libertação dos seus espíritos, quando tudo deveria enfim ser restabelecido à condição anterior, ‘está próxima’ (Lc 21:28) a acontecer. Logo, a redenção iria acontecer ao longo daquele ano profético ou milênio, no simbólico último shemitah correspondente ao da regeneração da humanidade, enquanto que o milênio seguinte seria o do jubileu ou do início de uma nova era, o Olam Haba.”[143]

Compreende-se, pois, a vinculação de Ap 1:10 com Ap 21:24-27, segundo o espelhamento quiástico ora proposto. O último trecho refere-se às nações caminhando à luz da Nova Jerusalém, quando se estará diante do resgate da verdade revelada pelos clarões dos ensinamentos espirituais, afastando-se definitivamente as abominações e as mentiras desviantes. A vinculação, portanto, aponta as consequências resultantes da purificação do planeta, operada pelo sábado planetário, que por sua vez é encabeçada pela mudança de cultura que cabe ao Espiritismo.




[1] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 5. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 596.
[2] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 51, 52, 64.
[3] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 65.
[4] XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e vida. 30. ed. Brasília: FEB, 2008, Cap. 4 (Instrução).
[5] XAVIER, Francisco Cândido. Refúgio. 1ª. ed. São Paulo: IDEAL, 1989, Cap. 7 (Pureza de coração).
[6] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 1638.
[7] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 68.
[8] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 5. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 597.
[9] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 5. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 597.
[10] OLIVEIRA, Wallace S. O Sermão Profético de Jesus – uma visão espírita do final dos tempos. São Paulo: Livrus, 2017, p. 100.
[11] OLIVEIRA, Wallace S. O Sermão Profético de Jesus – uma visão espírita do final dos tempos. São Paulo: Livrus, 2017, p. 109.
[12] ELIOR, Rachel. Apocalyptic time. Leiden: Brill, 2000, p. 190.
[13] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 5. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 596.
[14] GRUENWALD, Ithamar. Apocalyptic and Merkavah Mysticism. 2ª ed., Leiden: Koninklijke Brill, 2014, p. 78.
[15] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 57.
[16] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 65.
[17] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 197.
[18] WOLFSON, Elliot E. Open secret: postmessianic messianism and the mystical revision of Menahem Mendel Schneerson. New York: Columbia University Press, 2009, p. 170.
[19] WOLFSON, Elliot E. Open secret: postmessianic messianism and the mystical revision of Menahem Mendel Schneerson. New York: Columbia University Press, 2009, p. 197. Na mesma página o autor esclarece que o período assinalaria o fim da ação da atuação da árvore do conhecimento do bem e do mal, aquela referida em Gn 2:9,17.
[20] LODAHL, Michael E. Shekhinah/spirit: divine presence in Jewish and Christian religion. Mahwah: A Stimulus Book, 1.992, p. 56.
[21] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 5. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 597.
[22] VANDERKAM, James C. Jubilees: A Commentary in Two Volumes - Hermeneia: A Critical and Historical Commentary on the Bible.  Minneapolis: Fortress Press, 2018, p. 18, 19.
[23] BAUCKHAM, Richard. The Climax of Prohecy – Studies on the Book of Revelation.1. ed. Edinburgh: T&T Clark, 1993, p. 150.
[24] XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. 38. ed.  Brasília: FEB, 2013, p. 116.
[25] DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. 16. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 2008, p. 157.
[26] DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia.16. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 2008, p. 157.
[27]ACHTEMEIER, Paul J. The HarperCollins Bible Dictionary.2. ed. New York: HarperCollins, 1996, p. 621.
[28] COLLINS, Adela Yarbro. Cosmology & Eschatology in Jewish & Christian Apocalypticism.1. ed. Leiden: E.L. Brill, 1996, p. 124.
[29] DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. 16. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 2008, p. 157.
[30] DOUGLAS, J. D. (Org.). O novo dicionário da Bíblia.3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 342.
[31] DOUGLAS, J. D. (Org.). O novo dicionário da Bíblia.3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 342.
[32] DOUGLAS, J. D. (Org.). O novo dicionário da Bíblia.3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 342.
[33] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 455.
[34] RODKINSON, Michael Levy. New Edition of The Babylonian Talmud, Vol. I, Tract Sabbath. Boston: The Talmud Society, 1918, p. 158.
[35] JASTROW, Marcus. A dictionary of the Targumim: The Talmud Babli and Yerushalmi and the Midrashic Literature. Vol. I. London: Luzac & Co, 1903, p. 1510.
[36] FALEY, Roland J. In: BROWN, Raymond E.; FITZMYER, Joseph A.; MURPHY, Roland E. Nuovo Grande Commentario Biblico.2. ed. Brescia: Queriniana, 2002, p. 100.
[37] COLLINS, John J. The Expectation of the End in the Dead Sea Scrolls. In:  EVANS, Craig A., FLINT, Peter W. (Org). Eschatology, Messianism, and the Dead Sea Scrolls. 1. ed. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Company, 1997, p. 76.
[38] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 11.
[39] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 906.
[40] JASTROW, Marcus. A dictionary of the Targumim: The Talmud Babli and Yerushalmi and the Midrashic Literature. Vol. I. London: Luzac & Co, 1903, p. 567.
[41] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 227.
[42] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 208.
[43] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 906.
[44] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 105.
[45] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 85.
[46] HAMMER, Reuven. Sifre: A Tannaitic Commentary on the Book of Deuteronomy. Bethany:  Yale University Press, 1986, p. 159.
[47] UNGER, Merril F. The New Unger’s Bible Dictionary.3. ed. Chicago: Moody Press, 2009, p. 556.
[48] MA, Wonsuk. Until the Spirit Comes. The Spirit of God in the Book of Isaiah. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1999, p. 122.
[49] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 212.
[50] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 207.
[51] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 906.
[52] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 3. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 742.
[53] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 210.
[54] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 210.
[55] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 209.
[56] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 212.
[57] BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2017, p. 196.
[58] Conjunto de 613 mandamentos (deveres religiosos) do judaísmo, integrantes da Torá.
[59] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 906.
[60] FALEY, Roland J. In: BROWN, Raymond E.; FITZMYER, Joseph A.; MURPHY, Roland E. Nuovo Grande Commentario Biblico. 2. ed. Brescia: Queriniana, 2002, p. 102.
[61] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 155.
[62] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 907.
[63] UNGER, Merril F. The New Unger’s Bible Dictionary.3. ed. Chicago: Moody Press, 2009, p. 557.
[64] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 12. BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2017, p. 1906.
[65] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 207.
[66] Sobre a projeção do jubileu para a humanidade, vide BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 21. CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 907.
[67] VANDERKAM, James C. Jubilees: A Commentary in Two Volumes - Hermeneia: A Critical and Historical Commentary on the Bible.  Minneapolis: Fortress Press, 2018, p. 16.
[68] SCOTT, James M. Geography in Early Judaism and Christianity - The Book of Jubilees. New York: Cambridge University Press, 2002, p. 27.
[69] SCOTT, James M. Geography in Early Judaism and Christianity - The Book of Jubilees. New York: Cambridge University Press, 2002, p. 28.
[70] KUGEL, James L. A Walk through Jubilees. Studies in the Book of Jubilees and the World of its Creation. Leiden: Brill, 2012, p.1.
[71] SCOTT, James M. Geography in Early Judaism and Christianity - The Book of Jubilees. New York: Cambridge University Press, 2002, p. 5.
[72] VANDERKAM, James C. Jubilees: A Commentary in Two Volumes - Hermeneia: A Critical and Historical Commentary on the Bible.  Minneapolis: Fortress Press, 2018, p. 1. SCOTT, James M. Geography in Early Judaism and Christianity - The Book of Jubilees. New York: Cambridge University Press, 2002, p. 1.
[73] SCOTT, James M. Geography in Early Judaism and Christianity - The Book of Jubilees. New York: Cambridge University Press, 2002, p. 32.
[74] KUGEL, James L. A Walk through Jubilees. Studies in the Book of Jubilees and the World of its Creation. Leiden: Brill, 2012, p.1.
[75] HANNEKEN, Todd R. The Subversion of the Apocalypses in the Book of Jubilees. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2012, p. 193.
[76] Entendemos existir, neste particular, uma relação entre Jub 6.33, Lv 26 e Ap 1:10, o que será desdobrado nas linhas que seguem. Essas passagens estão relacionadas ao caminho que se bifurca à humanidade pela escolha entre o testemunho ou a traição. Cuida-se da mesma bifurcação apresentada por Francisco Cândido Xavier no Programa “Pinga Fogo”, que se atravessa como desafio à humanidade na fase atual.
[77] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 3. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 744.
[78] KUGEL, James L. A Walk through Jubilees. Studies in the Book of Jubilees and the World of its Creation. Leiden: Brill, 2012, p. 9.
[79] Segundo a estratificação hermenêutica desenvolvida pela cultura judaica, o estudo das escrituras pode ser desdobrado em quatro níveis, indicados pelo acrônimo PaRDeS: peshat (sentidos direto, contextual e filológico), remez (sentido alegórico, alusões veladas), derash (sentidos homilético, comparativo e obtidos por inquirições) e sod (sentidos espiritual, místico e subjacente). Esses níveis de interpretação também recebem a seguinte ilustração, respectivamente: (i) vestuário, (ii) corpo, (iii) alma e (iv) alma das almas. (vide BERLIN, Adele; BRETTLER, Marc Zvi. The Jewish Study Bible. New York: Oxford University Press, 2004, p. 1983. SKOLNIK, Fred. Encyclopaedia Judaica, Vol. 15. Farmington Hill: Thomson Gale, 2007, 2ª ed., p. 632). O Espiritismo resgata, agora com a comprovação positiva dos fenômenos, o entendimento de que existem realidades espirituais superiores, das quais verdades fundamentais podem ser trazidas aos homens por intermédio da mediunidade. A adequada compreensão deste ponto refunde em outras bases a leitura de escrituras antigas. Como se tem repetido nesta obra, esses textos são avaliados com o objetivo de extrair-lhes verdades, para além de interesses literários.
[80] SCOTT, James M. On earth as in heaven: the restoration of sacred time and sacred space in the Book of Jubilees. Leiden: Koninklijke Brill, 2005, p. 23.
[81] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 21.
[82] OLIVEIRA, Wallace S. O Sermão Profético de Jesus – uma visão espírita do final dos tempos. 2ª ed. São Paulo: Amazon. Edição do Kindle, 2019.
[83] OLIVEIRA, Wallace S. Três Homens Apenas um Espírito: Uma Visão Espírita da Missão do Novo Messias. São Paulo: Amazon. Edição do Kindle, 2019.
[84] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 147.
[85] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 105.
[86] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 85.
[87] UNGER, Merril F. The New Unger’s Bible Dictionary.3. ed. Chicago: Moody Press, 2009, p. 556.
[88] HAMMER, Reuven. Sifre: A Tannaitic Commentary on the Book of Deuteronomy. Bethany:  Yale University Press, 1986, p. 159.
[89] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 207.
[90] Sobre a projeção do jubileu para a humanidade, vide BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 21. CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 907.
[91] VANDERKAM, James C. Jubilees: A Commentary in Two Volumes - Hermeneia: A Critical and Historical Commentary on the Bible.  Minneapolis: Fortress Press, 2018, p. 56.
[92] COLLINS, John J. The Encyclopedia of Apocalypticism: Volume 1 - The Origins of Apocalypticism in Judaism and Christianity. New York: The Continuum Publishing Company, 1999, p. 175.
[93] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 907.
[94] KEENER, Craig S. Acts – An Exegetical Commentary – Vol. 2. Grand Rapids: Baker Academic, 2013, p. 179.
[95] “Jesus’ bracing Jubilee agenda” (PERREN, Nicholas, HAYS, Richard B. Jesus, Paul and the People of God: A Theological Dialogue with N. T. Wright. Downers Grove: InterVarsity Press, 2011, p. 97).
[96] HARRISON, Roland K. Levítico – Introdução e comentário. São Paulo: Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. 1983, p. 212.
[97] SCOTT, James M. On earth as in heaven: the restoration of sacred time and sacred space in the Book of Jubilees. Leiden: Koninklijke Brill, 2005, p. 23.
[98] XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. 38. ed. Brasília: FEB, 2013, p. 149, 165, 201.
[99] XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. 38. ed. Brasília: FEB, 2013, p. 27.
[100] XAVIER, Francisco Cândido. Justiça Divina. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000, Cap. 52.
[101] Pertinentes os apontamentos de James Scott, que ao avaliar a passagem de Lv 26: 33–35, 43 anota que o exílio dos integrantes do antigo Reino de Judá para a Babilônia foi lido como retribuição pelos anos sabáticos negligenciados (SCOTT, James M. On earth as in heaven: the restoration of sacred time and sacred space in the Book of Jubilees. Leiden: Koninklijke Brill, 2005, p. 91).
[102] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden: Koninklijke Brill, 2007, p. 229.
[103] SCOTT, James M. On earth as in heaven: the restoration of sacred time and sacred space in the Book of Jubilees. Leiden: Koninklijke Brill, 2005, p. 23.
[104] SCOTT, James M. On earth as in heaven: the restoration of sacred time and sacred space in the Book of Jubilees. Leiden: Koninklijke Brill, 2005, p. 23.
[105] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 230. Como foi demonstrado, a promessa de retorno de Jesus está relacionada à vinda do Espiritismo.
[106] VANDERKAM, James C. Jubilees: A Commentary in Two Volumes - Hermeneia: A Critical and Historical Commentary on the Bible.  Minneapolis: Fortress Press, 2018, p. 56.
[107] SCOTT, James M. Geography in Early Judaism and Christianity - The Book of Jubilees. New York: Cambridge University Press, 2002, p. 140.
[108] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 23.
[109] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 74.
[110] “No Judaísmo moderno, o Dia da Expiação conclui os dez dias de penitência, começando com o Ano-Novo judaico (Rosh Hashanah), que coincide com a Festa (bíblica) das Trombetas. Os dez dias são separados para a meditação espiritual e preparação para o grande Dia da Expiação.” (TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 707).
[111] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 83.
[112] Derivado de “yom kippurim”, que pode ser lido como “yom ke-purim”, ou seja, um dia como Purim, outra data significativa para os judeus, mencionada no capítulo 9 do livro de Ester (WOLFSON, Elliot E. Open secret: postmessianic messianism and the mystical revision of Menahem Mendel Schneerson. New York: Columbia University Press, 2009, p. 56).
[113] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 33.
[114] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 709.
[115] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 709.
[116] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 70.
[117] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 146.
[118] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 99.
[119] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 146.
[120] ORLOV, Andrei A. Yahoel and Metatron - Aural Apocalypticism and the Origins of Early Jewish Mysticism. Tübingen: Mohr Siebeckp, 2017, p. 128.
[121] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 229. TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 705.
[122] HIMMELFARB, Martha. The apocalypse: a brief history. New Jersey: Wiley-Blackwell, 2010, p. 147.
[123] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 189.
[124] BERGSMA, John Sietze. The Jubilee from Leviticus to Qumran - A History of Interpretation. Leiden:  Koninklijke Brill, 2007, p. 190, 283.
[125] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 705.
[126] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 147.
[127] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 184.
[128] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 1684.
[129] KEENER, Craig S. The Gospel of John – A Commentary. Vol. I.9. ed. Grand Rapids: Baker Academic, 2003, p. 409.
[130] DOUKHAN, Jacques B. Secretos Del Apocalipsis. El apocalipses visto a través de ojos hebreos.1. ed. Buenos Aires:Asociación Casa Editora Sudamericana, 2002, p. 207.
[131] KEENER, Craig S. The Gospel of John – A Commentary. Vol. I.9. ed. Grand Rapids: Baker Academic, 2003, p. 409.
[132] TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 707.
[133] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 906. TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 3. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 741.
[134] CHAMPLIN, Russel Norman. Novo dicionário bíblico Champlin: ampliado e atualizado. São Paulo: Hagnos, 2018, p. 906. TENNEY, Merril C. (Org.). Encicloplédia da Bíblia, Vol. 3. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 741.
[135] TOMLINSON, Lee G. The Wonder Book Of The Bible – a Commentary On The Book of Revelation. Joplin: College Press, 1963, 1ª ed, p. 119.
[136] XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. 38. ed. Brasília: FEB, 2013, p. 202.
[137] Ao que tudo indica, Allan Kardec apresenta o mesmo espírito por dois dados que lhe foram informados. Na Revista Espírita recebe o nome de Mardoqueu, enquanto que em O Evangelho Segundo o Espiritismo é apresentado com o nome de “Um Espírito Israelita”. Em razão da associação, é possível que se trate do mesmo Mardoqueu do livro de Ester. Sobre o tema, vide HALFELD, Kleber. As mensagens que vieram de Mulhouse. In: Reformador, mar/2004. Rio de Janeiro: FEB, 2004, p. 100 – 102.
[138] KARDEC, Allan. Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos | 1861. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, p. 144. Adendo explicativo entre colchetes nosso.
[139] KARDEC, Allan. O Espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec. 2ª ed. Brasília: FEB, 2013, p. 57.
[140] KARDEC, Allan. O Espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec. 2ª ed. Brasília: FEB, 2013, p. 48.
[141] KARDEC, Allan. O Espiritismo na sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec. 2ª ed. Brasília: FEB, 2013, p. 49.
[142] OLIVEIRA, Wallace S. O Sermão Profético de Jesus – uma visão espírita do final dos tempos. 2ª ed. São Paulo: Amazon. Edição do Kindle, 2019.
[143] OLIVEIRA, Wallace S. O Sermão Profético de Jesus – uma visão espírita do final dos tempos. 2ª ed. São Paulo: Amazon. Edição do Kindle, 2019.



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Acesso aos textos anteriores:

·      Apocalipse Segundo o Espiritismo: uma proposta de estudo



·      O objeto do Apocalipse



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