A Teoria da Relatividade Geral e a Teoria da Relatividade Especial, de Albert Einstein, nos mostraram que o tempo passa de forma diferente para pessoas que estão em referenciais diferentes, ou seja, o tempo passa de forma diferente para observadores diferentes, o tempo é de fato um fenômeno relativo para cada observador que está em um referencial diferente ao que está um outro observador . O tempo passa mais devagar para observadores submetidos a efeitos gravitacionais mais intensos, mais fortes, e também passa cada vez mais devagar para observadores que se movem cada vez mais rápidos em relação a um outro observador.
Vejam como os Espíritos nos revelam como o tempo é percebido de forma diferente por eles, o que pode ser fundamentado pelas Teorias da Relatividade Geral e Especial, que de fato nos mostram que o tempo é percebido, passa, de forma diferente para observadores que se encontram em lugares, em referenciais, diferentes, o que é fundamentado pelas Teorias da Relatividade que nos mostram que o tempo é um fenômeno relativo. A física Newtoniana, clássica, não pode nos ajudar a fundamentar cientificamente estas repostas dos Espíritos, só as Teorias da Relatividade Geral e Especial é que podem nos ajudar a fundamenta-las.
Do Livro dos Espíritos temos:
240. A duração, os Espíritos a compreendem como nós?
“Não e daí vem que nem sempre nos compreendeis, quando se trata de determinar datas ou épocas.”
Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos. A duração, para eles, deixa, por assim dizer, de existir. Os séculos, para nós tão longos, não passam, aos olhos deles, de instantes que se movem na eternidade, do mesmo modo que os relevos do solo se apagam e desaparecem para quem se eleva no espaço. (Observação feita por Allan Kardec)
241. Os Espíritos fazem do presente mais precisa e exata ideia do que nós?
“Do mesmo modo que aquele, que vê bem, faz mais exata ideia das coisas do que o cego. Os Espíritos vêem o que não vedes. Tudo apreciam, pois, diversamente do modo por que o fazeis. Mas, também isso depende da elevação deles.”
242. Como é que os Espíritos têm conhecimento do passado? E esse conhecimento lhes é ilimitado?
“O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente. Verifica-se então, precisamente, o que se passa contigo quando recordas qualquer coisa que te impressionou no curso do teu exílio. Simplesmente, como já nenhum véu material nos tolda a inteligência, lembramo-nos mesmo daquilo que se te apagou da memória. Mas, nem tudo os Espíritos sabem, a começar pela sua própria criação.”
243. E o futuro, os Espíritos o conhecem?
“Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entreveem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o vêem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus, tanto mais claramente o Espírito descortina o futuro. Depois da morte, a alma vê e apreende num golpe de vista suas passadas migrações, mas não pode ver o que Deus lhe reserva. Para que tal aconteça, preciso é que, ao cabo de múltiplas existências, se haja integrado nele.”
a) — Os Espíritos que alcançaram a perfeição absoluta
têm conhecimento completo do futuro?
“Completo não se pode dizer, por isso que só Deus é soberano Senhor e ninguém o pode igualar.”
Destaco os seguintes trechos das questões 242 e 243:
242. Como é que os Espíritos têm conhecimento do passado? E esse conhecimento lhes é ilimitado?
“O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente.
243. E o futuro, os Espíritos o conhecem?
“Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entreveem, Quando o vêem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus, tanto mais claramente o Espírito descortina o futuro.
a) — Os Espíritos que alcançaram a perfeição absoluta
têm conhecimento completo do futuro?
“Completo não se pode dizer, por isso que só Deus é soberano Senhor e ninguém o pode igualar.”
Os fundamentos que a física nos dá para estes processos, para estes fenômenos, dos Espíritos poderem ver o passado ou o futuro, de alguma forma e mais ou menos de acordo com o seu grau evolutivo, encontramos de novo na Teoria da Relatividade, pois quando Einstein estudou a simultaneidade e estabeleceu o princípio da simultaneidade, ele ficou chocado com o que ele descobriu, ou seja, ele viu que observadores em referenciais diferentes percebem a realidade, os eventos, de forma diferentes. Para um observador A, o evento já ocorreu, faz parte do passado; para um observador B, o mesmo evento está ocorrendo, acontecendo, faz parte do presente; e para um observador C o mesmo evento, visto de formas diferentes, percebido de formas diferentes, em tempos diferentes, pelos observadores A E B, será ainda visto, não foi então ainda visto, fazendo parte do futuro. Einstein começou a questionar então se A REALIDADE existia, pois se observadores diferentes viam coisas diferentes então a REALIDADE de fato existiria? Ou seria ela a criação da mente de cada observador, ou seja, ela existiria somente na mente do observador, e cada um a veria na sua mente de uma forma particular?
Einstein respondeu a isso dizendo que PASSADO, PRESENTE E FUTURO, são REAIS E COEXISTEM.
E é exatamente este entendimento do Einstein que pode ser uma das explicações possíveis que nos permitem ver que não é nenhum absurdo os Espíritos nos dizerem que quando vêem o passado e o futuro, eles os vêem como se fossem o presente, ou seja, que eles de certa forma podem de fato ver tanto o passado como o futuro, que de acordo com Einstein são reais e coexistem (além também do fato deles poderem ver o passado chamando-o, recordando-o, na memória, a qual fica menos limitada e bloqueada no Mundo Espiritual. Lembramos também que de acordo com o Princípio da Conservação da Informação, da física, nenhuma INFORMAÇÃO é perdida no universo. Especulando sobre isso, e tentando estabelecer alguma relação possível entre a nossa capacidade de recordar e de memória e esse princípio da conservação da informação, podemos concluir, pelo menos como possibilidade, que nenhuma de nossas memórias e experiências passadas será perdida, será esquecida. Também lembramos aqui que outra forma dos Espíritos verem o futuro pode ser através de análises, simulações, e fazendo projeções, inclusive usando matemática e matemática estatística para fazerem as projeções, e suas previsões futuras estarão mais corretas, estarão mais próximas da verdade, estarão mais de acordo com o que o futuro revelará, nos trará, quanto mais evoluído for o Espírito. Ainda outra forma dos Espíritos verem o futuro se dá quando DEUS o revela para eles de alguma outra forma que nós ainda não conhecemos).
Se Allan Kardec estivesse inventando tudo o que está no Livro dos Espíritos, se ele estivesse mentindo ao dizer que o Livro dos Espíritos traz conceitos revelados pelos Espíritos quando na verdade tudo seria uma farsa inventada e urdida por ele, vocês não concordariam que o mais lógico e recomendado pelo bom senso, pela inteligência, caso de fato Kardec estivesse mentindo e inventando tudo, seria talvez Kardec se respaldar e se fundamentar nos conceitos científicos da física da época? E como eram os conceitos de tempo da física clássica Newtoniana? Para a física clássica, Newtoniana, o tempo era absoluto e passava da mesma forma para qualquer observador, mesmo eles estando em referenciais diferentes, ou seja, eles veriam o tempo passar da mesma forma mesmo estando em referenciais diferentes. Este conceito de tempo não fundamentaria cientificamente as respostas que vimos os Espíritos nos darem em relação a como eles percebem de forma diferente o tempo, vendo inclusive o passado e o futuro como se fossem o presente.
Allan Kardec não se fundamentou nos conhecimentos da física do século XIX, o que talvez ele faria se fosse inventar algo dizendo que vinha dos Espíritos. Possivelmente se ele fosse inventar algo, para fundamentar a sua mentira, a sua invenção, para torna-la mais crível, ele usaria os conceitos da física de sua época para dar mais fundamentação para a sua invenção. Mas ele usou conceitos de tempo, conceitos de física, que não existiam na sua época, que a física da época ainda não conhecia e que só chegariam para a humanidade através das Teorias da Relatividade Especial (Restrita) e Geral, que foram descobertas por Einstein em 1905 e em 1915, respectivamente. O conceito de tempo da época era o Newtoniano, para o qual o tempo era absoluto, era o mesmo para tudo e para todos independentemente se estivessem em referenciais diferentes.
Não é a primeira vez que Kardec antecipa conceitos e descobertas científicas. Em 1857, ele lançou o Livro dos Espíritos onde os Espíritos nos mostravam que os seres, que os Espíritos, evoluíam, passando por experiências encarnatórias em vários tipos de corpos, pertencentes aos vários reinos, processo que crescia em complexidade à medida que o Espírito evoluía e portanto necessitava de corpos, que na verdade são máquinas, cada vez mais complexos, cada vez mais evoluídos, para que pudessem proporcionar ao Espírito toda a experiência necessária para a sua evolução, naquele momento. Charles Darwin só lançou o seu livro sobre a Teoria da Evolução dois anos depois do lançamento do Livro dos Espíritos, em 1859, sendo que dizem que no ano anterior ao lançamento, 1858, um ano depois de Kardec lançar o Livro dos Espíritos, só três pessoas sabiam o que Darwin iria publicar. Então Kardec nos trouxe através do Livro dos Espíritos, através da revelação dos Espíritos, o conceito de EVOLUÇÃO do ser, com dois anos de antecedência em relação ao apresentado por Charles Darwin.
Chamo a atenção também para essa observação feita por Kardec na questão 240, que é:
"Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos. A duração, para eles, deixa, por assim dizer, de existir. Os séculos, para nós tão longos, não passam, aos olhos deles, de instantes que se movem na eternidade, do mesmo modo que os relevos do solo se apagam e desaparecem para quem se eleva no espaço."
Isso nos leva a pensar e a concluir que Jesus Cristo, o Espírito responsável pelo processo evolutivo de todos os seres da Terra , e pelo sistema como um todo, desde a formação da Terra que se deu em torno de 4,5 bilhões de anos atrás, possivelmente não percebeu a passagem desses 4,5 bilhões de anos como nós os percebemos, ou seja possivelmente Ele não percebeu estes anos passarem tão devagar quanto nos pareceu passar e ainda parece passar para nós, mas certamente, Ele os viu passar num piscar de olhos. Não temos uma ideia completa de como um Espírito como Esse percebe o tempo, percebe o fenômeno relativo que entendemos como tempo, em que tipo de Realidade Ele vive, Ele existe, e se de fato Ele está subordinado a algum tipo de tempo. Alguns físicos, por exemplo, dizem que o fóton; como viaja na velocidade máxima permitida para um objeto físico no nosso universo de acordo com a Teoria da Relatividade Especial; vive no ETERNO PRESENTE, pois o tempo não passa para ele, então ele vive no eterno presente, vive na eternidade. Não é um conceito que nos remete ao DIVINO, o conceito de eternidade, e o fóton é luz, é partículas de luz, e muitas vezes atribuímos a luz a Deus, sendo Deus a fonte e a origem de toda Luz que existe, de todas as Energias que existem, e a luz é uma das formas da Energia se apresentar, de se expressar.
Dauro Mendes