O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos vem desde o início dos anos noventa produzindo trabalhos significativos de análise sobre a estrutura e construção do conhecimento moderno. Podemos afirmar que inventariando as diversas raízes que organizaram e ainda sustentam as bases do
conhecimento ocidental como culturalmente homogêneo, vem instigando a comunidade científica a debater sobre a eficácia da ciência na construção da realidade imediata das pessoas normais.
O livro em questão, “Epistemologias do Sul” acredito ser um desdobramento desta jornada intelectual e uma busca de novas referências epistêmicas das ciências humanas.
Diante do primeiro parágrafo do prefácio do livro “Epistemologias do Sul”, produzido pelos próprios autores, conjunto de textos organizados por Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses, e, publicado pela editora Cortez em 2010 (637 páginas), retorna à minha memória a fala do professor José Geraldo da Silveira Bueno sobre a definição de um adequado texto cientifico: “Quando temos um bom texto cientifico, o problema, objetivo e preocupação do autor, podem ser encontrados claramente no primeiro parágrafo da apresentação.” É justamente o que pode ser observado na abertura de apresentação do livro em questão.
“Por que razão, nos dois últimos séculos, dominou uma epistemologia que eliminou da reflexão epistemológica o contexto cultural e político da produção e reprodução do conhecimento? Quais foram as conseqüências de uma tal descontextualização? São hoje possíveis outras epistemologias?”
No conjunto das ciências sociais e nas fronteiras filosóficas da produção do conhecimento como dimensão intelectual dos homens atuais, como pode ser redimensionado este tipo de “valor social” para além da influência monopolizadora do pensamento europeu? Este é o centro da questão sociológica e filosófica abordada no conjunto de texto que compõe o livro.
Um aspecto significativo da trajetória intelectual de Boaventura de Sousa Santos é o seu constante dialogo e inteiração com os mais diversos setores militantes dos movimentos sociais de vanguarda. Movimentos que transitam desde, dos países explorados no capitalismo global até os grupos de minorias e guetos das sociedades mais ricas do globo.
Fonte:http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/EspacoAcademico_Abril2011.pdf
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